Meu Diário
20/08/2007 17h39
Vinho ou café?

 


Bom, dúvida cruel. Gosto de café forte, meio amargo, exatamente como se toma na minha terra. Tanto faz frio ou calor, o café é sempre bem vindo. Gosto de café no meio da tarde. Mas tem que ser “fresco”! Nada de café requentado. Feito na hora! Tem que ser assim.


 


Bem, ai você pergunta: E o vinho? Sim, o vinho está na minha escala de preferências no mesmo patamar que o café. Branco ou tinto. Seco. Tem que ser encorpado. Gosto forte.


 


Já percebeu, não? Gosto de sabores fortes. Nada que possam ser suplantados. De uma certa forma, coloco isto nas minhas escolhas pessoais. Tenho paixão pela personalidade bem definida. Por gente que sabe porquê está aqui nesta vida. Não pense que me magoam as pessoas que me dizem não. Muito ao contrário! Eu as respeito. Não se pode dizer sim o tempo todo.


 


Gosto da busca. Da procura. Da luta, da dificuldade. Do sabor forte de uma vitória. Mas também não desprezo o gosto amargo da derrota. É nela que enriquecemos nossas vidas. E não importa a distância, o saber sem retorno, o conhecimento do acabado, destruído, porque, se deixou marca, significa que foi bom. Que merece saudade. Que merece ser lembrado, nem que seja em todos os dias, em todas as horas da vida.


 


Já ouviu dizer que infeliz é aquele que não tem motivos pra sentir saudades? Pois é! Só é capaz de deixar saudades quem realmente valeu a pena. Só o amor deixa saudade. Nada mais. Não sentimos saudades de dor, de café fraco, de vinho São Roque, de comida sem sal, de berinjelas, mas sentimos saudades de beijos quando são únicos, quando são feitos somente para duas bocas. Quando sabemos que ao beijar outra boca, o gosto não será o mesmo. Sentimos saudades de café forte de fim de tarde, de vinho branco seco tomado a dois.


 


Nesta minha vida morro a cada dia de saudade! Saudade de tanta gente, de pessoas especiais, de olhares por sobre a borda do copo, de toques sobre a mesa, da magia de primeiros encontros, mas, mesmo assim, se o bom Deus o permitir, viverei 100 anos. Que seja com muita saudade, porque somente assim saberei que terá valido a pena viver.


 


A cada dia que acordo, o meu pensamento voa sobre mares nas asas do vento. Encontra pessoas. Pessoas que eu amo, que jamais deixarei de amar em qualquer dia de minha vida. Pessoas que estarão sempre no meu coração. Pessoas, que por vezes, tenho uma vontade imensa - que chega a doer – de re-encontrar. Pessoas que, a não ser por algum milagre, não voltarei a ver. Mas isto não me torna infeliz. Ao contrário. Mostra-me que minha vida foi, é e será sempre gratificante.


Publicado por Fátima Batista em 20/08/2007 às 17h39