Você tem estilo? Bem, eu penso que tenho. Ou pensava, até ontem.
Costumo dizer que meu cabelo é um alien que se instalou na minha cabeça quando a cegonha varava as nuvens para me trazer. Ele tem vida própria, vontade própria, uma rebeldia nata de todo cabelo encaracolado.
Saio à rua, e à menor brisa, lá está ele
Você pensa que tenho problemas com isso? De maneira alguma. Não perco meu tempo esticando, alisando, fazendo chapinha, nada! Prefiro assim. Sempre pensei que era uma faceta do meu comportamento rebelde. Até ontem!
Tenho sob minha hierarquia no trabalho, três garotas. Pós-adolescentes. Até ai, tudo bem? Meu trabalho anterior era coordenando um grupo de vinte e cinco pós-adolescentes. E sempre que vou com o cabelo preso, elas reclamam. Até ai normal também, porque isto sempre aconteceu em muitos lugares. Acho engraçado este dom que as pessoas têm de dar palpite em coisas pessoais de terceiros. Jamais dou minha opinião sobre algum assunto sem ser solicitada. Mas estou acostumada. Sei que, como meu cabelo, sou meio alien também – ou seja, diferente!
Então, como eu dizia, ontem as jovens garotas falando sobre cabelos, e lógico o meu estava no meio me surpreenderam! Elas me disseram que se tivessem cabelos como os meus usariam mais alto, mais espetado, colocariam faixas para suspendê-los, pintariam de vermelho! Fiquei espantada! Sempre pensei que meu cabelo já fosse algo chamativo, mas as garotas o fariam mais ainda!
Achei que estavam de gozação! Mas hoje, ao caminhar pela rua onde trabalho, fui prestando atenção nos estilos. E não é que o povo levanta mesmo os cabelos! Espetam, pintam de vermelho, de amarelo, etc, etc. Ri. Ao passar pelas portas de vidro, vi meu reflexo. Entrei no elevador, levei os dedos aos cabelos e dei uma levantada nos cachos.
Lógico! E por quê não! Vamos ter um pouco mais de estilo!
Seria a vida um looping?
Ontem fui novamente para Osasco. Pelo visto esta pequena viagem terá certa regularidade. Abrimos um escritório lá, por proximidade com um cliente.
Na semana passada, quando fui para lá, errei alguns caminhos. Talvez pela emoção da volta. Ontem, foi diferente. Olhando friamente para a cidade, se é que é possível, não bateu mais ele quê de saudade no peito. Mas mesmo assim, não posso negar – mexe comigo.
Acho que a gente tem muito disso na vida. Depois de um longo tempo, voltei a trabalhar
Sou meio solitária. Gosto desta solidão imposta pela multidão. Esta solidão de se ter milhares de pessoas à distância de um braço, e, no entanto você ser único. Às vezes você vai na mesma direção, para na mesma esquina, espera os mesmos minutos, ouve as conversas do lado, mas mantém este distanciamento, este anonimato tão próprio de São Paulo. Gosto disso! Outras vezes, pára do lado, sorri, diz um oi e continua. Milhares de pensamentos abrindo caminhos distintos neste universo, e, no entanto sem se tocar.
Gosto de me misturar em meio a esta multidão. Gosto do anonimato. Deste quê de mistério que a vida nos impõe no desconhecido. Percebo que todo o tempo fora deste universo me fez falta. Só agora percebo isto. Mais uma descoberta quando você pensa que o tempo de descobertas passou há muito tempo.
Bom, no pós almoço, meio com sono, meio desperta, nesta tarde nebulosa, cinzenta e fria, deixe-me retornar ao trabalho, porque afinal de contas, o trabalho dignifica o homem e envelhece a mulher!!
Você deve estar se perguntando por quê tirei meu site do ar por tanto tempo.
Bem, aqui faço o que quero. Só não ofendo por política do Recanto e por índole, mas digo o que penso, o que quero, o que sinto. Afinal, sou livre para isso.
Tirei do ar por um tempo para ver até onde iría a santa curiosidade. Verdade! E descobri, entre muitos risos que a animação – ou seria o ânimo das ações – ficou em alta por isso. Bem, cá está novamente no ar o meu site. Divirta-se!
Ah, e se você pensa que por ser “espiritualizada” está acima de qualquer um, engana-se: no final, vamos todos para debaixo da terra! Hahahahahaha
Quem eu posso ser além daquilo que nasci?
Recriar. Associar. Complementar. Tentar melhorar a cada dia, mas para mim mesma.
Olhar-me e sentir que sou o que quis ser. Se não na totalidade, mas pelo menos sem a perda tão comum dos próprios sonhos e da própria essência.
Posso crescer a cada dia, ou simplesmente sentar e ver a vida passar. A vida não é igual nem para mim nem para você. Posso amar ou odiar, apesar de preferir sem questionamentos, sempre amar.
Amar mesmo que não haja retorno. O retorno cabe a mim mesma criá-lo. Não viver de migalhas, mas aproveitar cada uma delas, mesmo que sejam um simples complemento da alimentação principal.
A vida não é igual. Sim, não é, porque se assim o fosse não haveria novidade, nem dor, nem alegria. Seria um simples marasmo.
Sinto saudades de tantas coisas. Algumas vezes a doer o peito, outras tantas a alegrar por te tido tanto a viver. Por ter me arriscado, por ter criado, por ter amado, por ter chorado - enfim, por ser quem sou. E tentar a cada dia, fazer da vida uma grande diferença. Mesmo que a relização não venha, mesmo que fique muito tempo perdida, jogada ao solo, saber que valeu a pena.
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